Otiot, o Oráculo das Letras Hebraicas

Em Israel, usa-se d’bar (pronuncia-se ‘dabar’) tanto para “palavra” quanto para “coisa”. Por isso mesmo que se entende que o nome de algo, em hebraico, o descreve em essência. Isso é possível através dos códigos que são extraídos da composição de letras, valor numérico e outros estudos. Depois de criar Adam, Hashem lhe deu como primeira tarefa nomear tudo o que existia. Cada escolha trazia esta riqueza de informações que vão além da nossa atual compreensão.

Colocado dessa forma, fica fácil entender como uma consulta às otiot pode revelar a real natureza de uma situação. Eu, particularmente, gosto de diferenciar a “prática premonitória” da “prática oracular”, embora as duas sejam tratadas de forma similar. O premonitório se ocupa do futuro, ok. E, ainda que possível, essa é uma utilização limitada da ferramenta.

Na arte oracular, por sua vez, trabalhamos o "conhece-te a ti mesmo” gravado no Templo de Apolo, em Delfos. O que isso significa? A gente espera que o mundo seja um lugar melhor para que a nossa vida seja plena. O segredo, no entanto, está no autoconhecimento. Quando você a conhece a si mesmo, obtém o entendimento correto de tudo mais.

Seja como for, é preciso ter em mente três pontos: 1. a vida não é talhada em pedra, logo, a mudança é possível em alguns casos – tanto de previsões quanto de avaliações comportamentais; 2. não devemos, em momento algum, estabelecer qualquer tipo de dependência com a fonte da informação (ou seu interlocutor); 3. a proposta do Otiot, o Oráculo das Letras Hebraicas é realizar sempre um trabalho de dentro para fora, e não o contrário.

L'chaim! Boa jornada. Que todos possam se beneficiar com a sua caminhada.

Marcelo Bueno

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